ABSTRACT
Este trabalho tem como objeto o assédio moral no trabalho e procurou destacar algumas características da sociedade contemporânea neoliberal para compreender as transformações do mundo do trabalho atual e suas consequências na subjetividade e na saúde mental do trabalhador. Buscou-se explorar o tema do assédio moral, as conceituações e características mais importantes, bem como os tipos de assédio e seus protagonistas. Um eixo fundamental de análise foi entender o assédio moral no trabalho enquanto reconhecimento recusado, subsidiando, com isso, a discussão da importância da dinâmica do reconhecimento na vida psíquica e laboral do sujeito-trabalhador. A dissertação partiu da questão inicial do assédio moral no trabalho poder ser considerado um denunciador de uma situação psicológica, social, política e organizacional do mundo do trabalho, encontrando no caminho do estudo a importância de se destacar a questão do reconhecimento, utilizando-se a leitura de Eugène Enriquez, de Cristophe Dejours e diretamente da psicanálise, a partir de Sándor Ferenczi, para responder tal questionamento. A metodologia respaldou-se na pesquisa bibliográfica concentrada nas concepções teóricas da psicossociologia, psicanálise e psicodinâmica do trabalho.